Empresa Mercantil Pan-Cósmica

O impacto no subespaço fez tremer o universo inteiro conforme o Colosso silencioso e solitário dedicava-se a construir a grande barreira por todo o cosmos. Aqueles que alegavam ter recebido o oráculo da divindade começaram a agir, querendo ajudar o Aeon Qlipoth a erguer a muralha. O universo se encontrava em perigo iminente, portanto a construção da muralha não podia esperar. Os míseros humanos não tinham a intenção de imitar as proezas da divindade, então decidiram se reunir em grupos que se autointitularam "equipe de apoio", dispostos a dedicar tudo à Majestade Âmbar. Com o poder da Preservação, a equipe de apoio direcionou a frota a diferentes sistemas estelares para comprar materiais de construção, como pedra, madeira, ouro e supérnio. Depois, transportaram esses materiais à barreira subespacial incansavelmente, empilhando os itens no deserto planetário. Quando o curto período de desenvolvimento acabou, a equipe de apoio firmou-se no Pier Point e fundou a Corporação da Paz Interastral. Para implementar inteiramente sua devoção, eles voltaram os olhos ao espaço profundo. Louis Fleming convocou todos a agirem, e a frota mercante de longa distância deixou os sistemas estelares adjacentes a Qlipoth. Seus produtos não se limitavam mais a materiais de construção... Eles planejavam conectar todo o Cosmos e comercializar de tudo. Logo depois, Dongfang Qixing implementou regulamentações comerciais sobre todo o Cosmos e criou um sistema de "crédito" para definir um preço para tudo no universo. Trilhões de recursos foram reunidos sob a megaestrutura do Pier Point. Como um buraco negro silencioso, a construção destruiu as noções das pessoas sobre os limites da riqueza. Atualmente, as naves da Corporação da Paz Interastral estão espalhadas por todo o Cosmos. Apesar das críticas de que seja uma ditadura corporativa, a CPI nunca parou de se expandir. Eles não se importam com opiniões alheias e nunca se esqueceram de sua missão original. Os métodos de treinamento dos recrutas da CPI mudam diariamente, e depois de quase oitocentas Eras de Âmbar, apenas uma prática histórica nunca foi abandonada. Certa vez, Louis Fleming, fundador da CPI, fez um discurso apaixonado para a equipe de apoio. Ele revelou sua aspiração de unir o universo e apoiar o desejo de Aeon de protegê-lo. Assim que o discurso acabou, ressoou um impacto cósmico distante e enorme, que imbuiu um significado grandioso naquele momento solene e sublime. A partir desse dia, eles sabiam que aquela se tornaria sua crença inabalável. "Tudo em nome da Majestade Âmbar."

A equipe de apoio percorreu todo o sistema solar próximo ao Aeon Qlipoth, e as trajetórias das antigas naves formaram as primeiras rotas. Acreditando na significância das ações de Qlipoth, a equipe de apoio deu o primeiro passo para realizar um escambo de produtos com um sistema estelar vizinho. A equipe de apoio preparou uma frota adequada, bens raros e preciosos, e propostas difíceis de recusar, realizando assim inúmeras transações em vários sistemas estelares. Em seguida, passaram a controlar informações sobre rotas e negócios, detendo um poder de barganha inigualável e liderando a formulação das regulamentações comerciais do cosmos. Frotas repletas de madeira, pedra, vergalhões e supérnio passaram pelo Aeon Qlipoth, como um enxame de moscas irritantes. A Majestade Âmbar ficou calada e nunca olhou para os humanos. Finalmente, os tempos mudaram e o comércio com os sistemas estelares vizinhos não era mais suficiente para a pujante equipe de apoio. Os dois mais sábios estavam determinados a se aprofundar no cosmos, e assim nasceu a Corporação da Paz Interastral. A CPI oferecia tudo que um planeta poderia querer a preços justos, mas dependentes de seus "créditos". Então fundou-se a rota comercial do cosmos, e todos os planetas que se uniram à rede de negócios da CPI compartilham da mesma moeda, compram as mesmas mercadorias e desfrutam dos mesmos serviços. Naves mercantes do sistema de crédito viajam pelas estrelas, e as rotas comerciais se unem e se separam, tecendo uma rede pancósmica. As naves cheias de tesouros de estrelas distantes passaram pela divindade Qlipoth diversas vezes, como vagalumes, mas Qlipoth se mantinha em completo silêncio. O material de construção acumulado desde o tempo da equipe de apoio continuava sendo empilhado em todos os planetas ao redor do Aeon Qlipoth, e a quantidade não para de aumentar. Qlipoth não tem qualquer intenção de aceitar as oferendas, e se foca exclusivamente na crise que recairá sobre os ignorantes mortais, tendo que conjurar as barreiras gigantescas medidas em anos-luz. Desde então, a pequena organização que comprava materiais de construção se tornou uma influência poderosa no cosmos. Eles nunca deixam de mirar o colosso sem cabeça e nunca sentiram que seus esforços foram em vão. "Todos os frutos do nosso capital são para Qlipoth, e para executarmos a vontade da divindade quando for a hora."